Oito razões para comer vegetais e economizar água pelo Dia Mundial da Água
Uma alimentação à base de vegetais pode reduzir pela metade nossa pegada hídrica
São Paulo (20 de março de 2019) – Pelo Dia Mundial da Água, em 22 de março, a Humane Society International (HSI) está estimulando os consumidores no Brasil e no mundo a adotarem uma alimentação à base de vegetais para auxiliar no combate à escassez de água em todo o mundo. A segurança da água é um dos maiores desafios que enfrentamos atualmente, por isso o Dia Mundial da Água é a oportunidade ideal para lidar com uma das maiores causas do uso da água – produção de carne, laticínios e ovos.
Globalmente, 2,1 bilhões de pessoas vivem sem água potável e cerca de 4 bilhões de pessoas – quase dois terços da população mundial – sofrem escassez severa de água durante, pelo menos, um mês do ano. Segundo as Nações Unidas, 700 milhões de pessoas em todo o mundo podem vir a ser desalojadas em razão da intensa escassez de água até 2030.
Com mais de 83 bilhões de animais criados e abatidos globalmente para a indústria alimentícia a cada ano, a agropecuária em escala industrial afeta nosso meio ambiente de maneiras extremamente prejudiciais. Não é apenas um dos principais contribuintes para a mudança climática e o desmatamento, mas também usa grandes quantidades de água. Pesquisas mostram que a mudança para uma alimentação à base de vegetais pode reduzir nossa pegada hídrica pela metade. Dessa forma, reduzindo ou substituindo carne, laticínios e ovos por alternativas à base de vegetais mais favoráveis à economia de água, todos nós podemos ajudar a preservar a água do mundo.
As 8 principais razões para adotar uma alimentação à base de vegetais pelo Dia Mundial da Água
- A agricultura (animal e vegetal) é responsável por cerca de 70% da água utilizada hoje no mundo, chegando a 92% da água doce, com quase um terço do total relacionado à criação de animais e ao cultivo de grãos para alimentar os animais.
- A maior parte do volume total de água utilizada para a pecuária (98%) refere-se à pegada hídrica para fornecer alimentos aos animais. Cerca de um terço dos grãos e 80% da soja produzida no mundo são utilizados para fabricação de ração para os animais que criamos para consumo humano.
- A criação intensiva de animais pode causar uma grave poluição da água, como a eutrofização, uma quantidade excessiva de algas na água causada pelo escoamento de fezes e restos de comida, muitas vezes levando à morte de peixes e outros animais aquáticos.
- Em média, são necessários entre 15.000 e 20.000 litros de água para produzir um quilo de carne bovina, o que significa que é preciso aproximadamente 000 litros de água para produzir um hambúrguer de carne de 200g – o equivalente a 30 x 5 minutos de banho. (1x hambúrguer de carne de 200g = 30 x banhos de 5 minutos).
- 96 por cento dos peixes consumidos na Europa provêm da piscicultura de água doce, mas as vastas quantidades de excrementos e restos de comida de peixe que se depositam no leito das lagoas constituem ambiente perfeito para a produção do metano, que é um gás de efeito estufa.
- Uma alimentação sem carne pode reduzir a nossa pegada hídrica pela metade! Estudos mostram que uma dieta saudável sem carne reduz nossa pegada hídrica em até 55%.
- A Assembléia das Nações Unidas para o Meio Ambiente diz que os hambúrgueres à base de vegetais precisam de 75 a 99% menos água; 93 a 95% menos terra; e geram 87 a 90% menos emissões do que os hambúrgueres de carne bovina.
- “Uma alimentação totalmente baseada em vegetais é provavelmente a melhor maneira de reduzir o impacto no planeta Terra, não apenas os gases de efeito estufa, mas a acidificação global, a eutrofização, o uso da terra e o uso da água. É muito melhor do que reduzir vôos ou comprar um carro elétrico”, disse Joseph Poore, da Universidade de Oxford, que liderou a análise mais abrangente dos danos que a agropecuária faz ao planeta.
Kitty Block, presidente da HSI, diz: “Com bilhões de pessoas em todo o mundo lutando para lidar com a escassez severa de água, todos nós devemos procurar reduzir nossa pegada hídrica. Uma das maneiras mais eficazes de conservar a água é reduzir ou substituir a carne e os laticínios por produtos baseados em vegetais. A vasta quantidade de água usada pela agropecuária para o cultivo de graõs para ração animal, hidratar bilhões de animais, desinfetar equipamentos de abate e processar produtos de origem animal, está contribuindo para a escassez de água em nosso planeta. Além do bem-estar animal e dos benefícios para a saúde humana decorrentes da redução do consumo de carne, o cuidado com nossos escassos recursos da terra é também uma razão contundente para adotar uma alimentação à base de vegetais pelo Dia Mundial da Água ”.
Há ainda outros benefícios da redução ou substituição de carne e laticínios em nossa alimentação. Numerosos estudos indicam que uma alimentação rica em alimentos vegetais tem benefícios consideráveis para a saúde. A Organização Mundial da Saúde estima que a obesidade mundial triplicou desde 1975, com mais de 1,9 bilhões de adultos com sobrepeso e 381 milhões de crianças com sobrepeso ou obesidade. Segundo o Ministério da Saúde do Brasil, o país enfrenta atualmente uma epidemia de obesidade, com cerca de 20% da população obesa e mais da metade da população acima do peso.
Além disso, cerca de 81% dos homens e 71% das mulheres não consomem a quantidade diária de frutas e vegetais recomendada pela Organização Mundial de Saúde. Estudos mostram que pessoas que consomem menos produtos de origem animal têm menores taxas de obesidade, pressão alta, diabetes, artrite e câncer. Substituir carne, leite e ovos também beneficia animais produzidos para o consumo humano, bilhões dos quais passam a vida inteira em gaiolas ou celas, onde são incapazes de se exercitar, se envolver em seus comportamentos naturais e muitas vezes não conseguem nem se virar por falta de espaço.
Para maiores informações visite: carnesdaterra.org e guia para uma alimentação sem carne
Contato de Mídia
HSI/Brasil: Fernanda Vieira, Gerente de Políticas Alimentares, fvieira@hsi.org, +11 989053848